Friday, May 05, 2006

Voltar a ser criança


Há muito eu queria voltar
Mas não queria estar só
Nesta viagem de volta faltava você
Será lindo como o som do mar

Venha conhecer meu mundo interior
Um longo caminho aos nossos eus
Você não sentirá saudades
Deste mundo presente , mundo de dor

Voltemos a ser felizes
Sorrir feito crianças
Por enxergarem pouco são belas
Não tem em seu corações cicatrizes

Sou eu utópico sonhador ?
Vencedores todos podem se sagrar
Nesta cruzada contra a carne
Que só gera frutos de amargor

Voltemos à tenra liberdade
Daremos à alma triste uma chance
Morramos nos falsos quereres
Brilhemos no amor e na verdade
03/01/2005

Sob o sol



O sol , ancestral sol
Vai perdendo a luz
E a aparente jaula de carne vai perdendo seu pudor
Desejos incontidos aos quatro ventos

Proclamados com orgulho
Massificação de pensamentos
Subtração da vida
Ânsia e busca correm como o vento

O tempo sem face
Desvairado reclama a posse do fim
O mesmo fim que fomenta toda carne
Fomenta o mais puro amor

O tempo não para
Luz e trevas na trilogia humana
Rosas nas mãos , sangue no olhar

Apagam-se as luzes
Apagam-se os vivos nesta terra
Choram os justos com fraterno amor
Porque o ser humano escureceu
Feito sol...sob o sol

Sentença


Nesta estrada encurtada pelo tempo
A dor vai aparando as arestas
Abrindo horizontes
Elevando o sentimento

O nem sempre doce, sabor da música

Cria seus marcos, faz o homem sonhar
Por vezes queima as feridas do passado
Por vezes as cobre com uma nova túnica

Quão desejada tu é, morte

Para alguns perseguidora atroz
Para outros já é doce esperança
Mas poucos sabem o valor desta sorte

Mundo onde se pranteia por amor

Palco onde se representa
Tribunal onde se recebe
Paladar de grande amargor

Música e saudade


Cravando marcos nos fatos
O som como trilha sonora
Rege a existência humana
Que sente paladares de outrora

Para escravos de imagens passadas
A vida se vive de recordações
Tantos ja se foram embora
Cicatrizes em nossos corações

Notas ouvidas no passado
Acordes ouvidos no presente
Vão buscar lotes de saudades
Grande dor inconsequente

Sentimentos de perda e carência
Adentram pelos ouvidos
A companheira de muitas vidas
Fere então seus sentidos

Se escolheu a trilha da paixão
Se o amor é razão de viver
A morte pode ser uma saída
Enquanto seus olhos puderem ver

Quem pode explicar
A saudade do que nunca sentiu
Não há paz na terra
Mas desolação como nunca se viu


25/09/03