A Torre
No deserto, no vazio, inabitada e ancestral
Deu luzes ao meu silêncio
Debruçado em suas estátuas recordei-me dos afagos de outrora
O cheiro funesto e secular me inebriou
No topo do imponente ícone, o vento forte desafiava
Podia ver o mundo todo, nosso mundo interior
Desolei a noite com lamentos
Mundo coletivo em mim, aqui repensei toda a existência
Corredores sem voz, cheiro de solidão e miséria
Como há muitos janeiros deixei de sonhar
As janelas da minha fronte vêem, apenas rostos sem face
Morrerei confinado aqui, serei a poeira destes pavimentos
Torre no deserto
Refúgio de almas errantes
Lágrimas e mágoas pungentes
Terra inóspita e sem nome molda meu semblante
Vivendo de lembranças atrozes
Perseguido pela consciência sagaz
Sou a sombra de um velho sorriso
Que ainda insiste em viver
1 Comments:
Putz, que legal que você me achou!
Agora estou sem MSN, mas amanhã te adiciono.
Beijão!
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