Vagabundo dos ermos
A vida se esvai
Tempo feito água corrente
Cidadão de lugar nenhum
Nada nesta vida lhe atrai
A preguiça é mãe da criatividade
O tempo está a seu lado
Que o mundo se acabe diante de sorrisos
Um despojo a toda praticidade
Inunda-se o ser de loucura
Escureça-se a mente em torpor
Uma vida projetada a frente
Enrijece a miserável fruta
Vítima de despeito
Ícone da repugnância
Vivente dum mundo paralelo
O bêbado e invisível sujeito
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